terça-feira, 17 de junho de 2008

O número de crianças adotadas no Brasil é cada vez menor.


No dicionário a palavra adoção significa um ato jurídico que cria, entre duas pessoas, uma relação de identificação que resulta da paternidade e filiação legítima. Mas, mais do que um ato jurídico, é um ato de amor.

No Brasil existem 80 mil crianças que estão em acolhimento institucional em espera de adoção. Por ano, apenas 10 % recebem um lar. No Espírito Santo, 176 crianças esperam na fila e 516 famílias estão habilitadas para adotar, mas infelizmente ainda existe muito preconceito. Muitas crianças ficam sem ter uma família devido às exigências feitas pelos casais na hora da escolha para a adoção. A preferência são crianças recém-nascidas e brancas, o que não corresponde com a realidade delas já que as mães que entregam os filhos não têm esse perfil.

Segundo o IBGE, existe um perfil já traçado pelos pais na hora de escolher a criança. O desejo por aquelas consideradas saudáveis chega a 76%. A preferência de 69% é para os recém-nascidos, ou seja, os bebês que têm até três meses de idade; 60% são do sexo feminino e 64% são de pele clara (crianças brancas). Do outro lado desta estatística estão as crianças que despertam menos interesse nos postulantes à adoção. São as que configuram o quadro das não-adotáveis: 16,66% são adotadas com a idade média de dois anos; 36% das crianças são de cor negra ou parda e 23,15% são adotadas mediante a presença de alguma deficiência ou problema de saúde.

Os interessados em adotar uma criança precisam procurar a Vara da Infância e Juventude de seu município. Qualquer pessoa maior de 21 anos pode adotar. Para isso, é necessário ter uma diferença de idade de 16 anos da criança a ser adotada. Durante o processo de adoção é feito uma avaliação com os futuros pais, desde visitas em casas acompanhadas da assistente social e o juiz, até exames clínicos, como o teste de mentalidade para saber se a pessoa possui problemas psicológicos. Os pais aptos que não fazem exigências devem aguardar a liberação de uma criança. Já os que querem escolher devem esperar até que apareça uma criança que corresponda com o que desejam.