Fico chocada com tamanha irresponsabilidade de alguns velejadores, que ao invés de respeitarem as leis para curtirem o momento de lazer no espaço que a eles é dado, acabam se embebedando e ultrapassando os limites, deixando feridas internas e externas na vida de várias pessoas, e agora, num adolescente de 13 anos.
Neste último domingo, 22, nas águas da baía de Vitória, Daniel Christian de Mattos, teve a perna direita decepada por uma lancha que passava pelo local. O piloto, Edson Rocha Mathias, de 56 anos, estava alcoolizado, tinha a carteira de habilitação vencida para pilotar lanchas e, segundo testemunhas, dirigia a menos de dez metros da orla, em alta velocidade.
Mais uma vítima - um adolescente. Antes, Lars Grael, em 1998 e o engenheiro Felipe Brito, em 2007, aqui no Estado. E nos vem a pergunta... Até quando isso vai permanecer? Será preciso fazer campanhas para banhistas deixarem de frequentar as praias ou a polícia fazer blitz, teste de bafômetro também nos velejadores? O quê mais precisa acontecer? Além do número de mortes nas estradas por motoristas que dirigem embriagados, agora vamos também sofrer perdas por velejadores que pilotam alcoolizados? Onde vamos parar dessa forma?
Ninguém se preocupa com ninguém. Todos querem se divertir da maneira que acham "legal", "maneiro", "muito louco", sem pensar nas consequências. Isso é acabar com os sonhos de alguém, é fazer a pessoa lembrar para o resto da vida, e até quem sabe, se queixar: 'porque eu tinha que estar lá, porque comigo?'.
É comovente, muito doloroso saber que mais uma pessoa, hoje, está sofrendo por não ter mais um membro do seu corpo, e pior ainda, saber que foi por motivos de irresponsabilidade de alguém, que na verdade deveria ser exemplo, como mestre de cabotagem da Marinha Mercante, Edson Rocha Mathias.
Assim fica difícil, neh?!
